sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Capítulo VIII - UM POUCO DE MIM


Retornando a Aracaju e encontrando Dula sendo maltratada por Eronildes e Neuza, Zizinho tomou uma decisão, expulsou o casal e mesmo menino, assumiu o comando da casa e ficou morando com Dula a sua avó.

O que fazer para manter a casa, menino, sem trabalho e sem dinheiro? Não teve dúvidas, foi às olarias, eram quatorze naquela região, para procurar trabalho. A primeira olaria a procurar foi a do senhor Miguel, um cidadão rígido, sério e de poucas conversas.

Ao perguntar se tinha alguma vaga para trabalhar, teve que responder se, estava alí para trabalhar para comer, ou queria apenas se divertir. Ao afirmar que era para comer e sustentar a sua avó, foi logo admitido. Como era muito franzinho e nunca tinha trabalhado duro, o Sr. Miguel o ordenou a trabalhar conduzindo apenas quatro tijolos para colocar no forno, ao invés dos dez ou doze que eram carregados pelos outros empregados.

Como só carregava quatro tijolos por vez, Zizinho teve um salário bem inferior aos demais, porém o suficiente para comprar alimentos para ele a sua querida avó. O tempo foi passando, o garoto foi crescendo e nas horas de folga, jogava suas peladas no campo do Náutico, onde hoje existe o conjunto D. Pedro I. Á noite passava o tempo no boteco de Pedrinho, onde hoje funciona um posto de combustíveis e em seguida, por volta das 20h30 ia deitar-se, pois a lida do dia seguinte era pesada e o horário de chegar na olaria era muito cedo, 05h30 da manhã.

Como jogava direitinho, o garoto Zizinho foi levado ao juvenil do Confiança, por Beto,(hoje já falecido), um meia direita, que na época era o melhor jogador do
futebol sergipano. De imediato foi aprovado pelo técnico Barriga, também já falecido, e passou a jogar pelo juvenil do time proletário, isto no início da década de sessenta. Como não ganahava nada para jogar e precisava manter a casa, Zizinho trocou o Confiança, pelo amador do Agamenon, cujo presidente era o Sr. Joel, um professor, que ainda hoje mora naquele conjunto habitacional e todos os sábados lhe dava um ajuda para as despesas. (amanhã tem mais)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Capítulo VII - uma nova vida


com a morte de dona Mariquinha,, o quarteto Carlos Roberto, Dula, Eronildes e Zizinho,teve que começar uma nova vida. Eronildes, convivia com Neuza que lhe deu três filhos, Carlos foi conviver com Lauzita, uma mulher com a qual já mantinha um relacionamento,(sigiloso), mesmo antes da morte de Mariquinha. Sobraram Dula e Zizinho. Uma das casas, a de número 320 no bairro Matadouro, onde moravam, ficou para os filhos de Mariquinha, a de número 375, um pouco menor e mais alguns béns, ficaram com Carlos, além de todo o dinheiro que a falecida havia juntado num cofre, durante vários anos, pois ele tratou de esconder.
Antes do falecimento de Mariquinha, Zizinho estudava em duas escolas particulares e ainda tinha que fazer banca na casa da esposa de José Eugênio de Jesus, hoje com 91 anos de vida e um dos maiores cronistas esportivos de Sergipe. Dona Dula uma senhora idoso e que we virava lavando e passando roupas, ficou com Zizinho, porém o dinheiro que ganhava não dava para as despesas. Restava ao garoto, deixar de estudar e buscar trabalho nas olarias, que rem muitas naquela região.
Mesmo sem costume, Zizinho foi à luta, trabalhava pelo dia na Olaria do velho Dunda, que inclusive era seu padrinho de batismo, pai do garoto Orlando, hoje dono da rede de lojas Imperador. À noite Zizinho conseguiu uma vaga para estudar no Colégio Senhor do Bomfim, da professora dona Ednelsa, no bairro Siqueira Campos, a qual comovida com a história do garoto, dispensou o pagamento de mensalidades.
No final de cada tarde, Zixzinho ainda encontrava tempo para bater uma peladinha no campo do Náutico, no bairro Matadouro e dalí aos quatorze anos de idade, foi levado pelo grande jogador Beto (falecido) para jogar nos juvenis do Confiança.
Como não ganhava dinheiro para jogar, Zizinho tentou a sorte na vizinha cidade de Salvador, mesmo sem ter nenhum conhecido. Lá chegando, teve que fazer de tudo. Trabalhou num Bar servindo cafezinho, depois foi vender resto de carnes na feira do São Joaquim, Baixa do Fiscal e São Caetano. Desiludido voltou para Aracaju, para tomar conta da sua avó dona Dula, que havia ficado com Eronildes e Neuza e estava sendo muito maltratada. (aguardem o próximo capítulo)