quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo IX Um pouco de mim


Apesar das dificuldades, Zizinho foi tocando a vida ao lado de dona Dula a sua avó querida, uma pessoa tão meiga, que não há como se adjetivar. Uma mulher que aos dezoito anos, mãe de três filhas, Alzira,Silvina e Mariquinha, depois de muito sofrer nas mãos do marido, resolveu acabar o casamento e nunca mais teve relação com qualquer homem, além falecer, já com oitenta e três anos de idade.

Vendo a dificuldade que Zizinho estava enfrentando para manter a casa, Dula resolveu aceitar o convite da sua filha Alzira e foi morar em Jeremoabo, deixando o seu neto na casa do irmão Eronildes e da esposa Neuza, aquela mesma que sempre maltratou a velha Dula. Naquela casa, Zizinho começou a viver um inferno astral.
E como gostava e jogava muito futebol, mesmo trabalhando nas olarias, teve um momento de muita tristeza, quando machucou-se num jogo e não pode trabalhar, portanto no final de semana, faltou dinheiro para dar a Eronildes para ajudar nas compras.

Revoltado, Eronildes ordenou à sua mulher que mandasse Zizinho procurar onde ficar, pois naquela casa, só comia quem ajudasse nas despesas. Cabisbaixo, triste e sem ter a quem recorrer, Zizinho buscou ajuda com uma senhora amiga da sua falecida mãe, de nome Celina. Esta senhora o acolheu, porém com uma condição, lhe dava o café da manhã, mas não o queria em casa durante o resto do dia e nem tão pouco à noite.

Para quem não tinha nada e não melhorava da contusão, aquilo era muito. à noite Zizinho ficava assistindo a briga de galos numa rinha em frente ao boteco de Pedrinho, e, quando todos iam embora e apagavam as luzes, ele retirava a bosta dos galos e deitava no pó de serra alí colocado e amanhecia o dia. Muitas noites impossibilitado de dormir na rinha de galos, o garoto guerreiro, terminava dormindo na biqueira da casa do Sr. Edmundo, tarefa que ficava muito ruim quando era noite de chuva, porque a água batia no chão e sempre terminava molhando as sua roupas, que na época eram poucas, ou melhor, só uma. ( depois tem mais)

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