O volante Fabrício, que ‘abandonou’ o jogo em que o Corinthians venceu o Cruzeiro, por 1 a 0, após a marcação do pênalti sobre Ronaldo, pelo árbitro Sandro Meira Ricci, revelou que custou mas passou sua raiva por causa dos episódios daquela partida. Ele admitiu, na Rádio Itatiaia, que teve vontade de bater no juiz.
“Dá, dá, você fica com muita raiva, mas, é aquilo que você falou, seria uma punição muito grave, meses fora. Então, a decisão mais certa foi ter feito aquilo mesmo.
Este tipo de revolta do Fabrício nos faz lembrar de Nilton Santos, que cumpriu a promessa, só encerrou a carreira depois que bateu num árbitro.
A agressão aos árbitros não é comum no futebol, mas existem casos envolvendo muitos craques brasileiros e de que Nilton Santos é um exemplo muito conhecido.
Ao contrário da sua arte futebolística notável, a personalidade de Nilton Santos sempre foi muito truculenta, especialmente com as arbitragens. O próprio craque reconhece:
– “Sempre tive problemas com alguns árbitros, exceção de Mário Vianna, Alberto da Gama Malcher, Aírton Vieira de Moraes, José Gomes Sobrinho e Gualter Portela Filho”.
Por exemplo, na década de 1960, a “Enciclopédia do Futebol" levou Armando Marques a nocaute após lhe aplicar um violento soco no Pacaembu, num jogo entre Corinthians e Botafogo, em 1964, que terminou com um empate de 3x3.
Os dois protagonistas voltaram a defrontar-se quatro anos depois no Maracanã. Na época, Nilton Santos era dirigente do Botafogo e, num jogo contra o Atlético Mineiro, partiu para cima de Marques e acertou-lhe um soco em pleno queixo. O árbitro estatelou-se no túnel, sendo amparado pelo bandeirinha José Luís Barreto.
ÁRBITROS COMPLICADOS
Naturalmente que o comportamento de Nilton Santos era anti-desportivo, mas o dos árbitros não era menos. Veja-se o episódio do craque botafoguense com Eunápio de Queirós.
Eunápio apitou um Botafogo contra Santos, no Pacaembu, que estava 0x0 no final. Nilton Santos quis saber o tempo que faltava e o árbitro respondeu:
– “O jogo não acabou.”
Entretanto, Pelé fez 1x0 e Eunápio disse-lhe:
– “Agora acabou, seu Nílton.”
Outra vez, no Maracanã, o Botafogo enfrentou o Atlético Mineiro e lá estava Eunápio novamente. Nilton Santos disse-lhe que ia jogar porque era sem-vergonha. Eis a resposta do árbitro:
– “Hoje eu vou apitar direito.”
E ainda se defendem árbitros após ‘erros grosseiros’ – que são sempre sinónimo de incompetência ou má-fé e para os quais não pode haver perdão.
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