quarta-feira, 11 de maio de 2011

30 anos sem Bob Marley: como surgiram e onde estão hoje as bandeiras levantadas pelo músico




Bob Marley, nascido Robert Nesta Marley e batizado Berhane Selassie pela Igreja Etíope Ortodoxa seis meses antes de sua morte, era uma força musical, política e religiosa.


Em seus 36 anos de vida e 20 de carreira, o compositor e cantor fez mais do que qualquer outro para levar a musicalidade jamaicana do reggae ao recohecimento internacional, plantando suas ideias e visões em canções adoradas universalmente, espalhando sua espiritualidade por todo o planeta, angariando fiéis e criando estéticas.

Esta quarta-feira (11) completa-se 30 anos de sua morte. Saiba como surgiram e como estão hoje as principais ideias que Bob Marley pregava:

O MOVIMENTO RASTAFÁRI


Hoje somando mais de um milhão de seguidores pelo mundo, além de representar cerca de 5% da população da Jamaica, o Movimento Rastafári se caracteriza mais como uma ideologia do que uma religião organizada. Nascido em fins da década de 20, a partir das ideias de pan-africanismo e de volta do povo negro às raízes africanas propagadas pelo ativista e religioso Marcus Garvey, o movimento Rasta via no Imperador da Etiópia Haile Selassie --ou Ras Tafari Makonnen-- a reencarnação de Jah, como chamam a Deus.

A irmandade, comunhão com a natureza, interpretação própria da Bíblia, a força dos negros africanos e o uso de maconha --a "erva da sabedoria"-- para fins espirituais estão entre as características do movimento Rasta e consequentemente das mensagens da música de Bob Marley, ecoando até hoje entre seus seguidores.

MACONHA

Há milhares de anos as propriedades da planta herbácea Cannabis Sativa são cultivadas no mundo: da fibra natural do cânhamo para produzir roupas e papéis até as propriedades calmantes e alucinógenas da maconha para efeitos analgésicos ou uso recreativo. Para Bob Marley, que costumava repetir que não se pode dizer a Jah que uma planta que ele criou é ilegal, a marijuana, ou kaya, ou ganja, era mais: elemento de uso ritualístico e espiritual. Para a cultura Rasta, o consumo de maconha é uma maneira de buscar comunhão com a natureza e se aproximar de Jah. Na via contrária, desde o começo do século 20, a cannabis se tornou amplamente ilegal pelo planeta, apesar de ser a substância ilícita mais usada no mundo, segundo as Nações Unidas.

Na história da música pop, mais músicos do que seria possível contabilizar cantaram a planta, dos Beatles ao africano Fela Kuti, passando por Ben Harper, Sublime, Willie Nelson, Cab Calloway e, no Brasil, Marcelo D2, desde os tempos de sua banda Planet Hemp, e mais recentemente cantando Bezerra da Silva, outro advogador da causa. A discussão sobre a legalização da droga é hoje uma tendência mundial e, apesar do uso ainda ser proibido em muitos países, lugares como Alemanha e Holanda encaram o assunto com leveza, além de em mais de dez estados americanos a maconha ser descriminalizada ou permitida para uso medicinal.

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