É realmente fenomenal o poder que tem um título conquistado por algum clube em qualquer modalidade esportiva, e, principalmente quando se trata de futebol profissional. Quando isto acontece o torcedor esquece tudo de errado que por ventura a diretoria tenha praticado, atraso nos salários dos jogadores e funcionários, queixas na justiça e outras cositas mais.
Vejamos por exemplo o que ocorre hoje com o presidente do Sergipe, o senhor Antônio Soares da Mota(Motinha). Ao longo dos mais de trinta anos à frente da direção do clube, Motinha sempre administrou de forma centralizadora e a palavra que sempre valeu foi a sua. Sempre os seus auxiliares(diretores) diziam amém às suas decisões e o rei sempre era consultado para dar a palavra final em tudo.
A exemplo do que ocorre hoje, naquela época áurea, recheada de títulos, vários funcionários acionaram o clube na justiça para receber seus direitos, uma vez que atraso de salários não existia( Motinha tinha grana). Atletas e não foram poucos, também acionaram o Sergipe na justiça. Vamos refrescar a memória do leitor, citando alguns nomes de funcionários e atletas.
A cozinheira Beata, o gordo Ciríaco, como dizia o repórter Jota Santos(de saudosa memória), Geraldo Oliveira(Geraldão), os atletas Agnaldo e Aurélio, para citar apenas dois e sem falar nos cheques sem fundos que serviram de pagamento a Mauro Fernandes(técnico), Lima-Limão e outros atletas, que vieram assisitir o jôgo entre Sergipe x Palmeiras, pela Copa do Brasil em busca de receber a grana.
Lembram de D. Maria, que até hoje reside nas proximidades do João Hora? ela fornecia a alimentação para os atletas do Sergipe e por gostar muito de Motinha abriu mão de uma boa grana, saiu do ramo e não acionou o clube na justiça. Portanto, equívocos administrativos da gestão de Motinha, foram muitos, por exemplo o relacionamento com atletas na época da renovação de contrato, que o digam Denilson, Gildásio e outros, que muitas vezes foram proibidos de entrar nas dependências do clube com o qual tinham contratos em vigor.
DIFERENÇA? - Tem sim: naquela época o Sergipe era um clube vitorioso, chegou inclusive a conquistar seis títulos consecutivos. O pagamento dos salários era feito a cada quinzena. A gratificação por vitórias, empates e títulos, acontecia muitas vezes no próprio vestiário. Tudo isso fazia com que os torcedores e principalmente os auxiliares do presidente fechassem os olhos para os equívocos e concordassem com aquele modelo de administração. Hoje: sem títulos, sem auxiliares e principalmente sem dinheiro, o presidente está isolado e se fosse um pouco mais inteligente, ou gostasse menos do Sergipe, já teria abandonado o clube.
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