Os árbitros de futebol são os mais odiados e nem sequer possuem o título de profissionais. A atividade não é regulamentada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por isso não goza de benefícios trabalhistas. Para garantir direitos, como salário fixo mensal, seguro-desemprego, férias e aposentadoria, diversos profissionais do setor têm carreiras paralelas à de árbitro.
A paixão pelo futebol e a emoção do contato com a torcida motivam a contribuição de profissionais de diversas áreas para a realização do esporte mais amado do Brasil. E isso não é apenas um problema do futebol de campo, como também no futebol de salão, nesse caso, ainda pior em relação ao árbitro de campo, pois o salário ás vezes é de 50% a menos. Em jogos profissionais, um juiz chega a receber R$ 1.500 por partida, na várzea este valor está entre R$ 30 a R$ 100 por jogo, depende da Liga e do torneio onde vai atuar.
Como ser um árbitro?
Para tonar-se um árbitro de futebol de campo, é necessário fazer um curso em qualquer federação estadual de futebol. Durante o curso, que tem duração de onze meses, o juiz tem aulas de português, inglês, espanhol, redação, legislação desportiva, psicologia, técnicas de treinamento físico, súmula e regras.
Além disso, os interessados participam de aulas práticas, com atividades físicas.
Curiosidades
Nos primeiros anos do futebol, eram os próprios jogadores que acusavam as infrações, pois os ingleses acreditavam no cavalheirismo de quem participava do jogo.
Esse hábito verificou-se, muitos anos depois, numa partida entre as seleções do Brasil e Argentina, disputada em Buenos Aires. Jogo duro que estava empatado em um gol, quando a Argentina marcou um segundo. Depois que o juiz havia confirmado o gol, acreditem, um argentino correu para ele e pediu para anular o tento porque havia cometido infração antes. É claro que, entre os fleumáticos ingleses, sempre havia os mais espertinhos, os "menos britânicos", que se continham e deixavam de acusar suas infrações, criando problemas.
A Liga Inglesa passou a buscar uma solução que veio em 1878, ao decidir pela colocação em campo de mais um participante, o "referee", encarregado de apontar as faltas. Para assinalar o jogo faltoso, o "referee" ganhou, como equipamento, uma bandeirola vermelha de 15x15 centímetros. Três anos depois, isto é, em 1881 a bandeirola foi posta ao lado, sendo substituída pelo apito, instrumento que, silvado, interrompia com maior facilidade o jogo. Essa evolução ganhou maior força a partir de 1894, quando se determinou que, as decisões do "referee" eram irrecorríveis.
No Brasil, durante longo tempo, o "referee" foi chamado de juiz. A partir de 1964, quando ocorreu a revolução que implantou o regime militar, as autoridades recomendaram à imprensa que, para diferenciar o juiz de futebol do magistrado, se usasse outra designação surgindo, assim, a de Árbitro.